quarta-feira, 20 de abril de 2011

A problemática do crack discutida no Senado Federal


Senadores atentos ao debate.
Na manhã do dia 20/4 foi realizada, no Senado Federal em Brasília, mais uma atividade organizada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, mais especificamente na “Subcomissão Temporária de Políticas Social sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e outras Drogas”, presidida pelo Senador WELLINGTON DIAS (PT-PI).

Além dos parlamentares, estiveram presentes representantes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira, da Associação Brasileira de Psiquiatria, além de lideres religiosos representantes de instituições de tratamento de dependentes químicos, Padre Haroldo e Frei Hans.

O novo coordenador da área de saúde mental do Ministério da Saúde (MS),  o médico psiquiatra Dr. Roberto Tikanori,  foi convidado para participar do debate, mas, justificou sua ausência devido a problemas de saúde, não indicando sequer um substituto para compor a mesa. A ausência do representante do MS foi lamentada, mas não evitou que os panelistas apresentassem duras críticas pela escolha equivocada daquele Ministério na gestão da saúde mental, em específico no que diz respeitos as políticas públicas direcionadas ao dependente de álcool e outras drogas.

A fala dos representantes das associações médicas foram direcionadas para a contextualização do cenário atual, apresentando as principais razões pelo quadro da desassistência, segunda àquelas autoridades, promovida pelo governo federal nos últimos anos. Afirmaram que para conter o avanço do crack no país será necessário um esforço conjunto entre as diversas esferas envolvidas e a criação de um sistema que trabalhe de forma integrada entre as áreas de justiça, saúde e assistência social, desde a prevenção até a recuperação do usuário.

Por sua vez, os representantes das Comunidades Terapêuticas (CT’s) interpretaram de forma equivocada a fala dos representantes das associações médicas, desviando o foco da discussão, preferindo a polarização entre o científico e o religioso, elegendo a comunidade cientifica como o inimigo da vez, desviando o foco e objetivo do encontro.

Vale lembrar que essa questão - do viés religioso - foi tratada na reunião anterior ocorrida na mesma Comissão, onde a representante do Ministério da Justiça. Sra. Paulínia Duarte, afirmou que "isso é uma questão constitucional. Não se pode obrigar uma pessoa a professar uma fé que não é sua. Não se pode, por exemplo, obrigar um evangélico a freqüentar uma missa católica ou vice-versa" defendeu a burocrata. 

O representantes das CT's aproveitaram a oportunidade para manifestarem suas dificuldades de adequar suas instituições às normas impostas pelo governo e ainda na burocracia para o repasse de recursos e financiamento, além de outros temas do cotidiano dessa entidades.

Ao final da exposição dos convidados, o Senador Wellinton Dias fez uma síntese das apresentações, informando ainda que está empenhado em organizar uma conferência nacional que terá por objetivo apresentar uma proposta de enfrentamento do crack.

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