quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CRACK: Este fenômeno veio para ficar???

Bem oportuna a matéria intitulada "A droga que descobriu o Brasil", publicada no CB do dia 25/11 último, descrevendo com clareza o que há de mais devastador no universo das drogas ilícitas, se é que exista algo menos ruim neste campo. Lamentavelmente, na geografia da droga o que era conhecido apenas por usuários de alguns estados brasileiros, em médio prazo vem espalhando-se por todo pais, chegando até mesmo à pequenos municípios. A potencialidade desta droga causa perplexidade a todos por sua voracidade e grau de dependência ao usuário, impactando sobre maneira toda sua família e sua rede social. As matérias publicadas sobre o tema, tem alertado para o advento desta droga em Brasília e Entorno, vindo ao encontro do que há tempos tem sido constatado nos consultórios e centros de tratamento que atendem usuários e dependentes de drogas. Longe de uma solução, toda semana a mídia divulga a maior apreensão da droga, mostrando quão difícil é combater sua oferta e assim. Infelizmente, a previsão é a de que muito ainda será mostrado desta cruel e triste corrida pelo prazer. Obviamente que estamos falhando na prevenção, no entanto, para piorar o cenário, depara-se com total ausência de políticas públicas que possibilitem o atendimento adequado a dezenas de dependentes e seus familiares. Para quem não sabe, a capital da república conta apenas dois centros de atendimento governamentais para atender a essa clientela, o que, seguramente, não é o mais apropriado haja vista a população do DF e Entorno. E, como bem divulgado, a cada dia mais e mais pessoas têm acesso a esta droga e, por conseqüente, os que decidirem buscar apoio terão dificuldades. Desta forma, acreditamos que as pessoas adoecidas têm sido reféns não só do tráfico de drogas, mas da inexistência de programas que as assistam neste momento de sofrimento. Só quem vive ou viveu este drama sabe o quanto é penoso reverter este quadro, onde as seqüelas e perdas são inevitáveis e sobreviver será um grande negócio.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Brasília fora dos repasses do Ministério da Saúde para atenção à usuários de drogas

Ministério da Saúde anunciou um pacote de medidas que pretende ampliar a rede de assistência médica a usuários de álcool e drogas e a pacientes com transtornos mentais em 18 estados. Porém o Distrito Federal não foi contemplado com parte dos R$ 98 milhões para a atenção ao usuário de drogas, previstos para a abertura de 73 novos Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPSad).

Pelo visto, Brasília não deve ter problemas nesta área, onde os recursos destinados a incentivos financeiros para internações de pacientes em crise não são necessários para a cobertura da tão sofrida população do Distrito Federal, igualmente vitimada pelo fenômeno do crack, afetando todos as classes sociais, mas, principalmente nossos jovens.

Dados da Polícia Civil do Distrito Federal mostram o avanço do crack no DF. Houve o recolhimento de 0,5kg da droga em 2007, 4,3kg em 2008 e 2,7 kg entre janeiro e maio deste ano (veja quadro), obviamente que deste números não está a quantidade consumida. Para se ter uma ideia, só o levantamento dos primeiros cinco meses supera a metade do total apreendido por policiais civis e militares no ano passado. Maconha e cocaína se mantêm na média nos três últimos anos. Mas fica evidente a diminuição da preferência pela merla, outra substância derivada da cocaína e criada em Ceilândia nos anos 1980.

Para implementação da iniciativa do MS, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinou portarias , publicadas no dia 3/11, que aumentam em até 31,85% o valor das diárias pagas por paciente internado em hospitais psiquiátricos e gerais do país. O objetivo é estimular os hospitais a ampliarem os leitos. Em junho deste ano, o ministro já havia anunciado outros R$ 117 milhões para o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso para Tratamento de Álcool e Drogas (PEAD). Somando os novos recursos, os investimentos para o setor chegam a R$ 215,3 milhões.

A Portaria prevê ainda a distribuição de novos CAPSad, priorizando 18 estados, a partir da lista de 108 municípios prioritários do PEAD. Têm preferência os municípios com grande população, mas com baixa cobertura dos centros de atenção ou onde há hospitais psiquiátricos em fechamento.

Segundo o ministério, com o novo pacote, o país passa a ter 1.467 CAPS. "Passamos, em sete anos, de uma cobertura de atendimento em saúde mental de 21% da população para 60%, com o parâmetro CAPS por 100 mil habitantes", relata o coordenador-geral da área técnica de Saúde Mental do ministério, Pedro Gabriel Delgado.

De acordo com o plano lançado pelo ministério, o valor das diárias de internação em hospitais gerais vai passar de R$ 42,47 para R$ 56,00 - aumento de 31,85%. O impacto anual do reajuste será de R$ 9,6 milhões. Atualmente, há 2.573 leitos psiquiátricos nestas unidades.

A expectativa é de que, com o a reajuste, os hospitais gerais criem cerca de 2.300 leitos em saúde mental. As novas diárias nos hospitais psiquiátricos, por sua vez, vão variar de R$ 35,58 a R$ 49,70. Atualmente, esses valores oscilam de R$ 29,90 a R$ 45,21. O reajuste, neste caso, vai de 10% a 20% e terá um investimento de R$ 62 milhões.