Não podemos comemorar a frase a cima, tão pouco soltar fogos de artificio, pois não se trata de uma nova contratação dos times de futebol de Brasília. Ao contrário estamos falando do que há de mais devastador no universo das drogas ilícitas, se é que exista algo que não seja ruim neste campo.
Lamentavelmente, na geografia da droga o que era conhecido apenas por usuários de alguns poucos estados brasileiros, a exemplo de São Paulo, Bahia e Minas Gerais, a médio prazo vem se espalhando por todo pais – e Brasília não ficou de fora.
A potencialidade desta droga causa perplexidade a todos por sua voracidade e grau de dependência ao usuário habitual, impactando sobre maneira toda sua família e sua rede social.
As matérias sobre o tema publicadas nos jornais locais, tem alertado para o advento desta droga em nossa cidade, vindo ao encontro do que há tempos tem sido constatado nos consultórios e centros de tratamento que atendem dependentes químicos.
Obviamente que estamos falhando na prevenção, no entanto, para piorar o cenário, depara-se com total ausência de políticas públicas que possibilitem o atendimento adequado a dezenas de dependentes e seus familiares.
Para quem não sabe, a capital federal conta apenas com dois centros de atendimento governamentais para atender a essa clientela, o que seguramente não é o mais adequado haja visto a população do DF e entorno, e, como bem tem sido divulgado, a cada dia mais e mais pessoas tem acesso a esta droga e por consequente os que decidem buscar apoio terão dificuldades.
Longe de uma solução, toda semana a mídia divulga a maior apreensão de crack, mostrando quão difícil é combater sua oferta e assim, infelizmente, muito ainda será mostrado desta cruel e triste corrida pelo prazer.
Ao encontro desta previsão, segundo dados do Relatório Mundial sobre Drogas do UNODC – Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime, divulgado no dia 26 de junho de 2008, o Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína das Américas, com 870 mil usuários, ficando atrás apenas do Estados Unidos.
Por outro lado, as pesquisas domiciliares realizadas no Brasil revelam que o consumo entre pessoas de 12 a 65 anos aumentou de 0,4% da população em 2001 para 0,7% em 2005. A mesma pesquisa, aponta que o uso da cocaína está presente na faixa etária entre os 12 e 17 anos, com 0,5% dos entrevistados e atinge um máximo na faixa dos 25 e 34 anos, com 5,2%.
Assim, como podemos perceber, acreditamos que as pessoas adoecidas tem sido reféns não só do tráfico de drogas, mas da inexistência de programas que as assistam neste momento de sofrimento, pois só quem vive ou viveu este drama sabe o quanto é penoso reverter este quadro, onde as sequelas e perdas são inevitáveis e sair vivo é um excelente negócio.
Espaço de reflexão sobre a prática e o cotiano das diferentes categorias profissionais que atuam na área da dependência química do DF, dedicado a produção de textos políticos independente e outros argumentos livres(quiçá da repressão e opressão).
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